Nestas duas últimas semanas continuámos a desenvolver o nosso projecto.
Dia 14 de Janeiro, estabelecemos parceria com as Doutoras Sem Bata, alunas que, tal como nós, estão a desenvolver o tema “Medicinas Alternativas”. Parceria esta que irá consistir numa troca de informações: entrevistas, contactos realizados, actividades, etc...
Ainda neste dia, fomos ao Centro Budista Kamarupa, em Castelo Branco. Entrevistámos o Sr. Nélson Mingacho, professor de Meditação nesse mesmo centro. Este respondeu-nos a todas as perguntas e mostrou-nos o centro. De seguida, participámos numa sessão de Meditação. Sentimos, inicialmente, algumas dificuldades quanto à concentração, mas no geral, a sessão foi bastante agradável, reflectindo calma e tranquilidade.
Vamos então expôr um pequeno extracto da entrevista.
“TIF: Em relação ao centro, nós sabemos que apesar de ser um centro budista, todas as pessoas podem recorrer a ele.
N.M: Sim o objectivo é esse não importa a orientação espiritual da pessoa nem a religião, nem tão pouco se tem religião isso não importa porque o budismo tem tudo a ver com a mente, o caminho budista é o caminho de conhecimento interior, do que é a mente, como é que ela funciona então pouco importa a opção da pessoa porque todos nós temos uma mente e as mentes são todas iguais e o importante é as pessoas adquirirem aqui ferramentas para depois utilizarem no dia-a-dia para serem o mais felizes possível.
TIF: Qual acha serem os principais benefícios da Meditação?
NM: Os benefícios podem ser muitos, depende sempre do nível de entendimento e de empenho das pessoas. Está provado em termos científicos que a ansiedade e o stress são mais difíceis de entrar numa pessoa que pratique meditação, porque a meditação é precisamente um processo de transformar a nossa mente de estados mentais negativos para estados mentais positivos, uma pessoa que esteja sempre positiva e que esteja com uma mente tranquila e serena o tempo todo, então, não tem stress nem problemas.
TIF: A nível de organizações: Estado, Câmaras… como é que acha que devia ser feito um incentivo a estas práticas que, no fundo, estão a auxiliar tanto uma pessoa a nível espiritual?
NM: Hoje em dia, as pessoas não têm muito acompanhamento. É uma lacuna muito grande na nossa sociedade, eu acho que nós sabemos muito sobre o nosso corpo, em termos médicos, aquilo está tudo desenvolvido, até mesmo as tecnologias, a nível das comunicações, dos transportes, a tecnologia nunca foi tão avançada, mas por outro lado, em relação às nossas emoções e aos nossos estados mentais, quando nos sentimos tristes ou contentes, existe uma grande lacuna. Antigamente as pessoas tinham mais acompanhamento, quando eram mais religiosas, indo mais à igreja, beneficiavam de maior acompanhamento espiritual.
Uma das interrogações que me fiz quando conheci estes cursos foi porque é que não tinha na escola, com os meus 17 anos de estudo, conhecimentos ou ensinamentos numa cadeira ou disciplina. Porque é importante as pessoas saberem lidar com aquilo que está dentro de si e não só com aquilo que está fora. O nosso equilíbrio depende da estabilidade entre o corpo e a mente.
TIF: Só mais uma última pergunta, as pessoas muitas vezes perguntam “Praticar, quando e onde?” Não é só ao virmos a estes centros que podemos praticar meditação, também podemos praticá-la em casa?
NM: Sim, aprendemos aqui que a meditação pode ser feita em qualquer parte: em casa, no local de trabalho, no campo… portanto é uma técnica, é uma ferramenta em qualquer sítio. O centro é importante na medida em que transmite os conhecimentos às pessoas e depois elas vão e utilizam-nos no seu dia-a-dia.”
Apresentamos de seguida fotografias tiradas no centro ^^